No mundo contemporâneo, a internet e o ambiente virtual estão cada vez mais presentes na vida da população, uma vez que a conexão global se torna cada vez mais inerente no âmbito profissional e pessoal de cada indivíduo. Com isso, há cada vez mais problemas que surgem devido a dependência atual nas tecnologias de informática.
Um desses problemas é a insegurança no tratamento de dados do usuário, algo que foi mitigado com a Lei n.o 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), norma esta que regula as atividades de tratamento de dados pessoais no meio virtual, mas não foi solucionado por completo. Ainda há diversos casos de insegurança com os dados pessoais de usuários na internet, como exemplo o caso da loja americana de roupas SHEIN, que neste ano de 2022 foi multada em US$ 2 milhões por não ter avisado aos seus consumidores virtuais sobre o roubo de suas informações pessoais e violação de privacidade de seus dados.
A cautela com a segurança do tratamento de dados dos usuários de determinado sítio virtual é ainda mais necessária quando se trata do período mais importante na rotina consumerista global, a Black Friday. Na última sexta-feira de novembro de cada ano (às vezes durante toda a penúltima semana de novembro de cada ano, dependendo da política de cada empresa) acontece o evento mais esperado pelos clientes de lojas de todo globo, que é a Black Friday, e nesse dia (ou semana) milhões de pessoas vão às lojas virtuais dos empreendimentos para comprarem o que bem quererem.
Por conta disto, o fluxo de dados pessoais dos consumidores nas lojas virtuais de todo o planeta é altíssimo, com uma intensa movimentação de dinheiro e informações importantes, que em 2013 gerou um fluxo de R$ 770 milhões somente nas empresas virtuais brasileiras. O número de fraudes virtuais nesse período de consumo só aumenta, em 2021 os casos de roubo de dados e estelionato aumentaram 131,54% comparado com o ano anterior, uma vez que em 2020 houve 51.553 pedidos potencialmente fraudulentos e em 2021 teve-se 119.318, sendo o furto de informações dos cartões de créditos dos clientes o tipo fraudulento mais utilizado pelos criminosos.
Diante todo o exposto, torna-se evidente que a proteção dos dados dos usuários crucial para manter a segurança das lojas e empresas virtuais, já que a principal parte do comércio, e o que movimenta a economia global, são os consumidores, e quando estes saem lesados da relação consumerista, a responsabilidade geralmente cai sob o fornecedor que não tomou as devidas precauções.